Os protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) marcaram o feriado da Independência em várias capitais do Brasil.
Quarta-feira 08 setembro 2021 11:48 Por Isabel Oliveira.
Parlamentares goianos comentam atos de 7 de setembro | Foto: divulgação /montagem.
Os atos de 7 de setembro aconteceram em meio a embates do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), com o Supremo Tribunal Federal (STF), num contexto de queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração da presidência, além de uma acentuada crise econômica que vem se agravando pelo país. Nesse sentido, os parlamentares goianos entre senadores e deputados federais dividem opiniões sobre os discursos e manifestações do Dia da Independência.
Para o deputado e presidente do PSL em Goiás, delegado Waldir foi um ato político que foi usado para unir a militância bolsonarista. “Ele [Bolsonaro] fez um ato político, ato de pré-campanha, como antes o PT fazia no dia 1º de maio com os sindicatos. O presidente usou essa data para trazer a sua militância”, disse.
“Acredito que seja uma manifestação justa e democrática, algumas pessoas trazem alguns bordões exagerados, o próprio presidente em suas falas exagera em relação ao STF, tem que respeitar o auto poder e o próprio presidente sabe que a única forma de afastar um ministro é através do impeachment e ele não conseguiu isso”, completou Waldir.
O senador Vanderlan Cardoso (PSD), por sua vez, acredita que os atos cumpriram seu papel. “As manifestações neste 7 de setembro foram pacíficas e cumpriram seu papel neste dia cívico. Hoje é dia de pauta longa no Senado Federal e de trabalhar por leis que tragam o que o povo brasileiro realmente precisa: retomada econômica, emprego, renda, saúde e vacina”, afirma.
Em contrapartida, o deputado Rubens Otoni (PT), destaca que as ações de 7 de setembro demonstram fragilidade política do governo Federal. “As manifestações de hoje demonstram a fragilidade política de Bolsonaro. O seu barulho é de fraqueza, de quem perde apoios a cada dia e precisa desesperadamente mostrar a seus seguidores que está vivo”.
“A fala de Bolsonaro demonstra que ele está cada vez mais isolado. A sua preocupação hoje passa a não ser apenas com a possibilidade de impeachment ou derrota nas eleições. É o risco de ser preso, diante das ações extremadas e do isolamento que corre o risco de aumentar”, pontuou o parlamentar goiano.
Outro que também faz crítica as manifestações é o deputado Elias Vaz (PSB). “A situação do presidente vai ficando insustentável. Ele tem algumas intenções e a primeira delas é desviar a atenção dos problemas centrais do país, como combustíveis, o desemprego e o aumento da inflação. A outra questão é claramente que ele verificando que está derretendo diante da opinião pública, já começa a trabalhar a possibilidade de um golpe de não haver eleições. Ele aposta no caos, no conflito e na instabilidade do país. É muito grave a situação”, avalia o goiano.
Manifestações.
As manifestações do dia 7 de setembro foram marcadas por discursos anti-democráticos tanto dos manifestantes quanto de Bolsonaro. O Executivo fez ameaças e críticas, principalmente ao STF, em especial os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, esse último presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os protestos contra e a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro marcaram o feriado da Independência em várias capitais do Brasil.
Na capital goiana, a favor de Bolsonaro, manifestantes se concentraram no Autódromo de Goiânia. A Secretaria Municipal de Mobilidade chegou a disponibilizar cerca de 100 agentes com o objetivo de organizar o trânsito no trajeto a ser seguido pelo grupo, que se planejou passar pela Avenida Vera Cruz, Jamel Cecílio, Avennida 85 e T-7.
Já na Praça Bandeirante, localizada no centro de Goiânia, um grupo de quase 500 manifestantes contra Jair Bolsonaro, também escoltados por policiais, seguiram até a Catedral de Goiânia, na Rua 10. No local, se fizeram presentes, majoritariamente, lideranças e militantes da esquerda.
Fonte: Jornal Opção.