Exército usa “doutrinação antiesquerda” em prova para alunos de sua tropa de elite, diz site.

terça-feira 07 dezembro 2021 19:25 Por Elder Dias 

O The Intercept Brasil teve acesso a documentos que mostram que, 40 anos após fim das guerrilhas, a maior das Forças Armadas ainda vê movimentos sociais como inimigos
Homem do Exército Brasileiro em treinamento | Foto: CCS/Exército
O Exército Brasileiro teria realizado em 2020 uma simulação em que os postulantes a integrar sua tropa de elite lutaram contra uma organização armada clandestina fictícia. 

O inimigo imaginário seria uma dissidência de um tal “Partido dos Operários”, o “PO, que, na simulação, seria responsável por recrutar e treinar militantes do “MLT”, sigla para o Movimento de Luta pela Terra, também imaginado pelos criadores do exercício militar.

O relato foi obtido pelo repórter Rafael Moro Martins, do The Intercept Brasil. Os documentos que descrevem o exercício foram entregues ao site por uma fonte que pediu para não ser identificada, por medo de retaliações. 

A Operação Mantiqueira foi realizada em novembro do ano passado, em Piquete (SP), cidade com menos de 15 mil habitantes localizada no Vale do Paraíba e próxima à divisa com Minas Gerais e Rio de Janeiro, a 206 quilômetros da capital paulista. A cidade também é local de uma das mais antigas unidades da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), estatal vinculada ao Exército.

Em seu texto, Moro Martins infere que “o teor do exercício a que os oficiais do Exército submetem candidatos às suas Forças Especiais deixa claro que, passados quase 40 anos desde a redemocratização, a maior das três Forças Armadas não apenas segue a enxergar movimentos sociais e políticos de esquerda como inimigos: ela também está sendo treinada para combatê-los”. 

Segundo a reportagem, participaram da Operação Mantiqueira sargentos de carreira e oficiais do Exército que eram alunos do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOpEsp), localizado em Niterói (RJ). 

Foi a última atividade do curso que serve como vestibular para o ingresso nas Forças Especiais.

Em 2020, segundo a fonte que entregou os documentos ao Intercept, de uma turma de quase 40 alunos, 17 foram aprovados para trabalhar no Batalhão de Forças Especiais (BFEsp), sediado em Goiânia. 

O repórter disse ter apresentado os documentos a dois pesquisadores que detêm amplo conhecimento do universo militar e a um alto oficial da reserva, que pediu para não ser identificado, também pelo temor de represálias. Os três os consideraram autênticos.

Fonte: Jornal Opção.

Blog Francisco Figueiredo

Muito Obrigado por sua visita! A internet é a mais fantástica invenção do homem nos últimos tempos. A liberdade de pensamento que ela nos oferece é de um poder fenomenal. E foi tentando otimizar este espaço privilegiado, que editamos este Blog. O intuito é publicar e discutir qualquer assunto que seja notícia ou de interesse público. Muito obrigado por sua visita e não esqueça de interagir conosco, escrevendo e opinando. REPÓRTER INVESTIGATIVO, DETETIVE PROFISSIONAL - EQUIPE CODI. COMUNICAÇÃO E MÍDIA.

Postar um comentário

Gratidão pelo seu comentário e opinião.
Seu comentário e opinião é sempre importante para nós.

Postagem Anterior Próxima Postagem