Segundo a mãe de vítima, agressoras esperaram adolescente na porta da escola. Um boletim de ocorrência foi registrado
Celimar de Meneses
No dia em que o Plano de Urgência pela Paz nas Escolas terminou de ser implementado, mais uma vez alunos do ensino público protagonizaram uma situação de violência no Distrito Federal.
Na segunda-feira (6/6), pelo menos três estudantes foram filmados em uma briga, no Centro Educacional (CED) 5 de Taguatinga.
Vários colegas tentaram separá-los e provocaram uma desordem generalizada.
Nas imagens, é possível ver um homem de camiseta branca, aparentando ser um adulto responsável do centro de ensino, tentando apartar o tumulto, sem sucesso.
Em certo momento, uma garota chega a cair no chão, mas logo se levanta e volta para o enfrentamento.
Segundo a mãe do estudante agredido, a qual não será identificada a fim de preservar a vítima, a briga começou ainda em sala de aula.
A responsável explica que o aluno, de 16 anos, havia deixado o celular carregando na mesma tomada da colega de turma, e então, quando ela retirou o aparelho, acabou levando o dele junto.
“Começou uma discussão na sala de aula e a professora não tomou atitude nenhuma. Eles continuaram discutindo no corredor e chegou ao ponto de partirem para a agressão física. Ninguém conseguia os separar, os colegas tentavam tirar a menina de cima do meu filho, mas sem sucesso”, narrou a mãe, a qual conversou com diversas testemunhas do ocorrido.
Depois disso, a garota saiu do colégio e a vítima ficou na unidade de ensino.
No entanto, depois das 18h o centro de ensino precisava fechar e o rapaz foi colocado para fora dos portões. “Pediram pro meu filho sair, mas elas estavam esperando do lado de fora com mais meninas e bateram muito no meu filho. Ele não podia revidar”, contou a mãe.
Transferências de escola e boletim de ocorrência
Depois do ocorrido, o aluno agredido e duas colegas foram transferidos. Segundo a mãe do jovem, a escola trocou o menino de colégio por não conseguir “garantir a segurança dele” em sala de aula.
Além disso, a mulher registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Criança e do Adolescente II (Taguatinga).
Na unidade policial, o delegado informou à responsável que as duas garotas envolvidas responderão por infrações análogas à lesão corporal e ameaça, já que depois da briga as agressoras intimidaram a vítima pelas redes sociais.
“Elas ameaçaram: ‘Amanhã vai ter mais’. Espalharam para todos que ele teria batido nelas, mas tenho várias testemunhas as quais confirmam que isso não aconteceu. Elas distorceram todo o caso pro meu filho ficar errado, mas não foi assim”, defendeu a mãe.
Uma das ameaças teria, inclusive, chegado por áudio. Na gravação, um estudante afirma: “Amanhã o bicho vai apanhar mais ainda, os moleques vão pegar ele de taca”.
A vítima fez exame no Instituto de Medicina Legal (IML).
“Eu estou muito triste, muito revoltada com o colégio. Isso poderia ter sido evitado, nem que na hora da confusão eles separassem todo mundo, mas colocaram ele pra fora. Ele tá se sentindo humilhado e eu também”, lamentou a mãe.
Fonte: www.metropoles.com
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