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Países com hubs importantes, como Reino Unido e França, decidiram, nesta sexta-feira (30), exigir testes de covid dos viajantes procedentes da China, devido a preocupações consideradas compreensíveis pela OMS diante da nova onda da pandemia no gigante asiático.
Espanha, Coreia do Sul e Israel também anunciaram medidas semelhantes às tomadas em dias anteriores por Estados Unidos, Itália, Japão, Índia e Taiwan, entre outros importantes destinos de negócios e lazer.
As decisões foram aceleradas pela rápida propagação da covid-19 na China desde o começo do mês, quando o país suspendeu repentinamente as restrições sanitárias.
Tanto o Reino Unido quanto a França indicaram que irão exigir dos viajantes procedentes da China um teste de covid negativo antes da sua entrada. Outros testes aleatórios serão realizados na França após o pouso, e os testes positivos serão sequenciados, a fim de detectar possíveis novas variantes do vírus, informou um funcionário do governo em entrevista coletiva.
A Alemanha pediu o aumento da vigilância nos aeroportos europeus, para poder detectá-las. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que os controles são compreensíveis, porque "servirão para proteger a população" diante do silêncio chinês sobre a evolução da pandemia.
A Espanha irá pedir um teste negativo ou certificado de vacinação, anunciou nesta sexta-feira em entrevista coletiva a ministra da Saúde Carolina Darias, sem esperar uma decisão consensual da União Europeia (UE). Segundo ela, "o principal foco de preocupação é a possibilidade de novas variantes não controladas aparecerem na China".
Os passageiros que chegam da China também terão que se submeter a um controle de temperatura e teste de Covid em seu ponto de entrada na Espanha, informou o Ministério em comunicado. As medidas entrarão em vigor neste sábado, até 15 de fevereiro.
O anúncio de Madri foi feito um dia depois de o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, agência sanitária) ter considerado "injustificada" a imposição de testes de Covid sistemáticos aos viajantes procedentes da China, devido ao alto nível de imunidade entre a população do bloco e à presença das mesmas variantes do que no país asiático. Mas cientistas ocidentais expressaram temor de que a rápida propagação do vírus no território chinês propicie o surgimento de novas variantes.
Uma reunião informal convocada pela Comissão Europeia destinada a "um enfoque coordenado" dos Estados-membros terminou sem nenhuma decisão. "Diante da situação sanitária naquele país, sabemos da importância de agir com coordenação, mas também da importância de agir com rapidez", justificou Carolina Darias para não esperar uma decisão europeia comum.
O governo chinês julgou que as medidas de precaução são resultado de "exagero, difamação e manipulação política" orquestrados pela imprensa ocidental. "Desde o surgimento da epidemia, a China compartilha informações e dados confiáveis com a comunidade internacional, incluindo a OMS, de forma aberta e transparente", afirmou hoje um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
- Novo surto -
O novo surto eclodiu depois que a China encerrou, em 7 de dezembro, sem aviso prévio, sua política draconiana de "covid zero", em vigor desde a primeira onda da doença, identificada pela primeira vez há três anos, em Wuhan.
Essas medidas permitiram proteger a população do novo coronavírus, com testes de detecção generalizados e o monitoramento de deslocamentos, assim como com confinamentos e quarentenas impostos rigorosamente quando infecções eram descobertas.
Essa política, no entanto, atingiu a economia e esgotou a população, que protagonizou em novembro protestos inéditos em três décadas contra o governo comunista. A mudança de posição oficial foi abrupta e desencadeou as infecções.
Desde que as restrições foram levantadas, os hospitais chineses passaram a receber uma grande quantidade de doentes, a maioria idosos vulneráveis que não foram vacinados. Em muitas farmácias, os remédios contra a febre esgotaram.
Apesar do retorno da epidemia, autoridades irão suspender em 8 de janeiro a quarentena obrigatória na chegada à China e permitir que os chineses viajem para o exterior, após três anos de fronteiras praticamente fechadas.
O Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) reportou 5.515 novos casos e uma morte por covid na quinta-feira, números que não parecem refletir a realidade, uma vez que a testagem generalizada deixou de ser obrigatória e os critérios de morte pelo vírus foram alterados.
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