Operação resultou em três resgates em duas cidades. Em Acreúna, 139 pessoas resgatadas em usina de cana-de-açúcar e 13 trabalhadores em fábrica de ração. Em Quirinópolis, caseiro de 67 anos foi achado em casa que não tinha nem banheiro.
Por Danielle Oliveira e Tiago Vilela, g1 Goiás e TV Anhanguera
Casa onde caseiro vivia em Quirinópolis, Goiás, não tinha mínimas condições, segundo MPT — Foto: Divulgação/MPT |
Mais de 150 trabalhadores foram resgatados por trabalho análogo à escravidão em Goiás. A operação resultou em três resgates em duas cidades. Em Acreúna, no sudoeste de Goiás, 139 pessoas trabalhavam sem as mínimas condições necessárias em uma usina de cana-de-açúcar e 13 trabalhadores, da mesma forma, só que em uma fábrica de ração. Em Quirinópolis, na mesma região, um caseiro de 67 anos foi achado em casa que não tinha nem banheiro.
Os nomes das empresas e dos empresários onde os trabalhadores atuavam não foram divulgados pelo MPT. Por isso, o g1 não conseguiu localizar as defesas deles para que se posicionem, até a última atualização desta reportagem.
A operação começou no dia 7 deste mês e foi concluída nesta quinta-feira (16). A ação é desenvolvida de forma conjunta pelo MPT, Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTb/GO), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF).
Resgate em usina de cana-de-açúcar
Segundo o MPT, 139 pessoas foram achadas trabalhando em “condições degradantes de trabalho”, em uma usina de cana-de-açúcar em Acreúna, na região sudoeste de Goiás.
A situação foi descoberta após uma denúncia registrada no site do ministério e, depois disso, foi feita uma ação conjunta entre os órgãos, que resultou no resgate.
Segundo o MPT, eles trabalhavam de forma forçada, com jornadas exaustivas e se submetendo a situações degradantes de trabalho. Eles não recebiam nem mesmo alimentação, de acordo com o órgão. O ministério afirmou que os trabalhadores são de cidades nordeste, como Piauí, Pernambuco, Maranhão e Bahia.
Como denunciar
O Ministério Público do Trabalho disponibilizou um canal onde pessoas podem fazer denúncias sobre trabalhadores em situação análoga à escravidão. O interessado pode registar uma denúncia pelo site do MPT ou pelo aplicativo do órgão, que se chama MPT Pardal.