A Associação Kalunga Comunitária do Engenho 2, em Cavalcante, Nordeste de Goiás,
comemora o prêmio inédito conquistado no final de semana no Salão Nacional do Turismo,
em Brasília.
A entidade levou para seu território o troféu destinado ao primeiro lugar na
categoria Turismo de Base Comunitária e Turismo Social, concorrendo com iniciativas de todo o Brasil na retomada do Prêmio Nacional do Turismo.
O evento, realizado pelo Ministério do Turismo, evidenciou as práticas nas áreas de sustentabilidade, acessibilidade e de destinos turísticos de interiorização.
Estão na comunidade Kalunga do Engenho 2 os atrativos turísticos de maior interesse de
brasileiros e estrangeiros que visitam o município de Cavalcante, ao norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
O complexo das cachoeiras de Santa Bárbara, Capivara e Candaru é a jóia da comunidade, ao lado da cultura e festividades quilombolas. O turismo reverte em benefícios aos locais, sem macular esse universo, como explica o presidente da associação, Adriano Paulino da Silva.
“O nosso turismo é de base comunitária participativa. O recurso arrecadado com os atrativos volta como benefício em esporte, saúde, educação, cultura e infraestrutura. A gente tem um grande leque de áreas que atendemos”, explica. De tudo o que é arrecadado, 15% é destinado (SHPCK), o maior território de descendentes quilombolas do Brasil, que abrange os municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás.
Adriano Paulino da Silva detalha que a comunidade do Engenho 2 conta com cerca de 700
pessoas, mas em todo o quilombo vivem 8 mil. O impacto econômico do turismo, segundo ele, é gigantesco. “O prêmio mostra como a comunidade vem se organizando e como tem
funcionado. O reconhecimento é muito bom porque mostra que todos estão ganhando:
restaurantes, guias, traslados e produtores que vendem para os restaurantes. Esse turismo de base comunitária no território kalunga é também de vivência”, ressalta.
Após a pandemia, quando os atrativos ficaram fechados em decorrência das medidas
sanitárias, o número de visitantes na região cresceu de forma vertiginosa. Em 2021, a
associação contabilizou 7 mil turistas percorrendo cachoeiras, restaurantes e a própria
comunidade.
No ano seguinte, foram 25 mil pessoas e em 2023, conforme Adriano Paulino da Silva, com a associação ainda buscando metas de desenvolvimento do turismo, foram contabilizadas 37 mil pessoas. “Não é uma visitação em massa”, explica o presidente da Associação Comunitária do Engenho 2, o que poderia impactar na cultura local. Adriano Paulo estima que em média, cem pessoas por dia visitam a região. “No período das nossas festividades culturais, como a folia, os visitantes podem participar, mas os atrativos turísticos ficam fechados”, explica. A AQK comemorou a conquista do prêmio inédito da associação. “O turismo de base comunitária tem sido pioneiro em um verdadeiro processo de transformação, representando para a cidade de Cavalcante a geração de mais empregos e renda, mudando toda a qualidade de vida da região.
Após 12 anos sem acontecer, a 7ª edição do Salão Nacional do Turismo foi realizada durante três dias na Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília (DF). O público pode conferir cinco grandes eixos do setor que é responsável por 8% do PIB nacional e é o segundo maior gerador de empregos do País. Turismo de Natureza, Turismo Rural, Sol e Praia, Turismo Cultural e Turismo de Tendências foram mostradas por representantes de 26 estados e do Distrito Federal.
“Nós temos hoje uma grande oportunidade de sermos protagonistas, e esse Salão veio Brasil inteiro quer isso”, declarou o secretário Nacional de Planejamento, Sustentabilidade e
Competitividade do Ministério do Turismo, Milton Zuanazzi.
Fonte: O Popular