Testemunhas de Jeová inocentada pelo tribunal de Massinga

Foi lida, na terça-feira, a sentença do caso envolvendo a Igreja Testemunhas de Jeová que era acusada de tortura psicológica por um jovem de 28 anos de idade, por sinal um crente da mesma confissão religiosa. 


O facto é, em 2023, um jovem de 28 anos, crente da Igreja Testemunhas de Jeová teria gravado vídeos e fotografado conteúdos da igreja, considerados como segredos da mesma, e depois publicou na internet.


A situação não foi recebida com bom agrado pelo resto de crentes da mesma Igreja. Entretanto, os responsáveis da Igreja solicitaram ao jovem que publicasse as informações consideradas confidenciais para um interrogatório dentro da Igreja. É um interrogatório que, segundo consta dos autos do processo, durou dois dias, com 3 a 6 horas cada, num ambiente de privacidade.


Neste questionário, os responsáveis da Igreja exigiam do jovem a remoção da informação publicada na internet.


E, porque ficou quase 3 a 4 horas sem comer e nem beber água, o jovem se sentiu ameaçado e violentado psicologicamente, e meteu a queixa ao Ministério Público. 


Depois de serem ouvidos pela Procuradoria Distrital de Massinga, o caso passou para o Tribunal e foi julgado. Julgado o caso, o juiz do Tribunal Judicial de Massinga, Arsénio Nhanombe, absolveu os arguidos, alegando insuficiência de provas que os incriminasse. 


“A primeira secção do Tribunal Judicial de Massinga julga a acusação por não proceder por não comprovar e por seguinte decide absolver os arguidos, José Adriano Paulo, Orlando Magaissa e Adilson Domingos por insuficiência de provas que lhes incriminam”, fim da sentença.


Não conformado com a sentença, o advogado do jovem denunciante, Holifero Holifero, diz que vai recorrer ao Tribunal de Recursos porque não houve justiça. 


“Vamos recorrer, o denunciante ficou mais de três horas sem comer nem beber água, privado da sua liberdade a ser interrogado porque queriam informação e culminou com a expulsão dele da Igreja”, declarou Holifero. 


Já para o defensor da Igreja, Parbato Dauto, disse estar satisfeito com a sentença. “Certamente satisfeito com a sentença, finalmente o juiz da causa acendeu a chama da justiça, foi possível provar que não havia elementos para que este processo chegasse até cá”, disse Dauto. Refira-se que o jovem que meteu a queixa no Tribunal era também colaborador da Igreja, desempenhando a função de tradutor de folhetos e livros evangélicos. 


(Reportagem no Português de Moçambique)

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